Educação

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A desconstrução dos contos clássicos
Filme: Shrek I e II

Por: Mirian Araújo e Quésia Santana.

            Ao assistir ao filme Shrek 1 e 2 fomos convidadas a observar minunciosamente a desconstrução dos clássicos literários propostas pelo autor do filme, e associar as atitudes dos personagens no filme com a nossa realidade atual.
            Ao fazermos essa observação minuciosa podemos constatar que Shrek é um personagem egoísta, que representa o preconceito, pois ele vivia a margem da sociedade, por ser um ogro, e não possuir o padrão de beleza estipulado pela sociedade, assim como o patinho feio, o corcunda de Notre dame, o incrível ruck, dumbo, a bela e a fera, que são clássicos que mostram esse preconceito quanto a parte “estética”, porém através do filme podemos perceber e aprender que a maior beleza encontrada é a que está dentro de nós.
            Beleza esta que Fiona sendo uma mulher decidida, determinada, sonhadora, viu dentro do amor que Shrek nutria por ela, assim como a rapunzel que foi presa em uma torre, Fiona foi presa aos padrões de beleza da sociedade, a liberdade dela da “torre” da sociedade foi a entrega ao amor de Shrek, sem importar-se com o que os outros diriam.
Segundo BETTELHEIM,(2005)Uma criança confia no que o conto de fada diz por que a visão de mundo ai apresentada está de acordo com a sua vivencia.“ou seja” Fiona vivia  de acordo com a historia que os pais contaram.
 Graças aos incentivos do Burro que foi o personagem principal dos filmes pois ele sempre aconselhava os outros personagens, ele foi o amigo fiel , foi a voz da consciência assim como o grilo do Pinóquio, estava sempre de auto astral apesar de todos os revezes a que ele foi submetido, ele unificava os sentimentos que estavam soltos, ele representava a quebra dos tabus, a quebra dos nossos preconceitos.Agora que contradição um burro que representar na sociedade um animal que não tem valor que só serve para carregar peso e  é colocado no filme com uns dos personagem mais inteligente.
            A prisão de Fiona nos remete também aos seus pais, um rei que já foi sapo, que por ter sido sofredor dos preconceitos da sociedade, queria proteger a filha, tornando-se um super protetor, egoísta e egocêntrico, que preferia ver sua filha triste sem o Shrek, do que vê-la feliz com ele mais sofrendo o preconceito da sociedade. A rainha sendo uma mãe super protetora, e submissa ao marido , preferiu viver longe da filha ao invés de romper o medo que ela tinha do preconceito das pessoas.
            Porém o rei sendo rei se submetia as ordens da fada madrinha uma mulher poderosa que vivia fazendo dietas, que era muito vaidosa e que gostava de meninos novos, onde essa relação de autoridade que ela tinha com o rei nos relembra a relação dos grandes empresários com o presidente da republica que é quem tem o poder de tomar a decisão mas deixa que os empresários decidam por ele. Mãe de um príncipe metrossexual, vaidoso, submisso a ela, que representa o amor não correspondido, que mostra que “beleza não enche a mesa”, ou seja, que mesmo ele sendo bonito, ele não tinha conteúdo, que era manipulado pela mãe.
            Já o dragão nos mostra a figura de uma mulher poderosa que dá asas ao amor sem importar-se com as diferenças, que mesmo tendo esse “ar terrível” de dragão como por exemplo em rapunzel, mostrou a sensibilidade da mulher, que mesmo sendo guerreira não deixa de ser sensível. Em contraposição ao dragão encontramos o gato de botas um personagem manipulado que se vende por dinheiro e que ao longo do filme retrata a figura do zorro, ele lembra os políticos brasileiros que chegam de mansinho, com um olhar que parece sincero porém por traz a um interesse no poder.
            As minorias também são representadas nestes filmes, pois o Pinóquio do filme é gay que não é escandaloso, mais chegar com presença mostrando que também faz parte desta sociedade, representando os homossexuais e o respeito às diferenças,
Segundo BETTELHEIM,(2005)Quanto mais seguro um homem está dentro de si mesmo, tanto mais pode-se permitir aceitar uma explicação que diz que seu mundo é de uma significação mínima no cosmos.Quanto mais você é centrado nos seus valores e objetivo mais digno e aceitável é.

Já o Lobo Mal é um idoso, leitor, representando o isolamento dos idoso, porque a todo momento do filme ele está sozinho, uma questão devemos ressaltar pois a terceira idade cada vez mais está sendo “presas” dentro de asilo; cadê o amor ao próximo?Será que não existe mais!A onde nossa sociedade vai parar. Respeitar as opções das pessoas é um dever da sociedade, mesmo que sejamos contra, não devemos isolar as pessoas, nem ser preconceituosos, pois o mundo é feito de diferenças e essas diferenças nos tornam únicos.

Referências
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 19ª Ed. 2005.
Filmes: Shrek 1 e 2.